Com imagens de arquivo e depoimentos exclusivos de parentes e amigos, A História do Homem Henry Sobel narra as realizações e os conflitos de um dos mais atuantes líderes religiosos do século XX. Primeiro longa de André Bushatsky, o documentário traz entrevistas de grandes personalidades e críticos da comunidade judaica e fora dela, como o rabino Michel Schlesinger, o presidente do Congresso Judaico Latino-Americano, Jack Terpins, os jornalistas Audálio Dantas e Heródoto Barbeiro, o apresentador Luciano Huck e o filho de Vladimir Herzog, Ivo Herzog.
Em 1970, o Brasil e o mundo passavam por intensas movimentações: a política internacional estava submetida à bipolaridade da Guerra Fria, a cultura pop lamentava a desintegração dos Beatles e a seleção brasileira de futebol conquistava o tricampeonato mundial enquanto o país vivia os anos de chumbo do governo Médici. Também em 1970, desembarcava em São Paulo o mais novo rabino da Congregação Israelita Paulista (CIP), um jovem de apenas 26 anos, cabelos longos e inconfundível sotaque americano que rapidamente se tornaria o mais importante líder do judaísmo no Brasil.
Este é o ponto de partida do filme A História do Homem Henry Sobel, sobre a trajetória de um atuante rabino que se tornou conhecido para além dos muros de sua comunidade através do diálogo interreligioso e da luta pelos direitos humanos, mas que caiu no ostracismo ao protagonizar um controvertido furto de gravatas.
O documentário relembra a coragem do homem que enfrentou publicamente a farsa do regime militar ao se recusar a enterrar, na ala suicida do cemitério israelita, o jornalista assassinado nos porões da ditadura Vladimir Herzog, contribuindo de maneira excepcional no processo de redemocratização do Brasil. O poder midiático de Henry Sobel, um líder progressista e extremamente carismático, porém vaidoso e complexo, conquistou grande parte da opinião pública, mas também suscitou desafetos dentro e fora de seu círculo. O esvaziamento de sua representatividade na Congregação Israelita Paulista (CIP) após o fatídico caso das gravatas e o consequente isolamento de um homem que sempre transitou com naturalidade em grandes eventos políticos e sociais, é revisitado pelo olhar do próprio rabino, em uma narrativa complementada – e confrontada – por parentes, amigos, pesquisadores e personalidades públicas que acompanharam sua atuação ao longo de quatro décadas de rabinato no Brasil.
Primeiro longa-metragem do diretor André Bushatsky, A História do Homem Henry Sobel, levou quatro anos de intensa investigação, leitura e pré-entrevistas que antecederam as filmagens, realizadas entre 2011 e 2012 em São Paulo, com direção de fotografia de Emerson Pimenta e Alan Fabio Gomes. A montagem ficou a cargo de Regina Stulman Dias e a finalização foi feita por Rafael Tozzati.
O filme tem estreia em 11 de setembro, em São Paulo e no Rio de Janeiro, com distribuição da Espaço Filmes.
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